domingo, 29 de agosto de 2010

- carta ao tempo




Por que você demora tanto pra passar?

Te espero

Enquanto a chuva molha o vidro da janela

e o vento grita no silêncio todas as coisas que não quero ouvir

te espero.


Tem você em tudo

No trânsito, na pressa

no trabalho e até em mim

preciso de você

e de todas as suas contradições.

Volta? Fica? Vai...


O que você quer de mim?

Até parece às vezes

que não é suficiente

me torturar com seus enigmas

e mistérios


Passa segundo

passa minuto

passa hora

que demora!


Não posso te ver

mas sei que existe

Até quando?

Sempre


Voa tempo

voa logo, voa longe

sem ver pra onde

e me leva com você...













-Ninguém vai saber de nada, e eu sei... ♫

domingo, 22 de agosto de 2010

- um imenso outdoor


Tudo – ou quase tudo – é paisagem nos olhos de quem vê. Um céu aberto, um sorriso estrelado: os mundos sempre se misturam. Se não, ao menos se encontram e ninguém vai negar. Toda e qualquer verdade é inegável.

Como foi que cheguei aqui? Não sei. Quero voltar, mas é impossível voltar pra um lugar de onde nunca saí. O som permanece em mim, não fugirá.

Tanto a dizer e não sei como falar, nem por onde começar. Fico apenas com algumas rimas sem coerência e uma dor no peito do tamanho da sua ausência.

Quantos contrários. Quanta confusão! E minha inspiração, cadê? Quero de volta. Agora.

Muita bagunça, muita revolta. Pessoas sem cor, chuva. Tudo em branco e preto. E tudo me grita seu nome. Até na falta de cor tem paisagem. Tudo é paisagem nos olhos de quem vê.






(Espero que não esteja de passagem...)



Agora sim, no dia certo. Amanhã é 23:



E ainda, no final do mês de agosto...

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

- dois pra lá, dois pra cá


Ouve o som e vem dançar comigo. Não precisa ter vergonha, eu também não sei dançar. O segredo é sempre seguir a música.

Isso mesmo, junto comigo, vamos lá: dois pra lá, dois pra cá. Olhos nos olhos, um sorriso e um beijo. Dois pra lá, dois pra cá.

Dançamos por que não precisamos de um motivo para tal. Dançar é ser livre ou livrar-se - depende de como você vê. Dançar é como viver: ninguém pode fazê-lo no seu lugar. Você inventa os passos e, mesmo tendo a certeza do que está fazendo, corre o risco de escorregar e cair, sem saber se terá alguém pra te ajudar a levantar. Às vezes você precisa aprender por si só. E aprende. Tudo é uma questão de tempo.

Ao levantar, vai perceber que aprendeu alguns movimentos que antes lhe pareciam impossíveis. A sensação não tem preço, eu sei. Ainda assim, teimo em deixar o aviso: você cairá de novo. E vai levantar. Faz parte da dança da vida, é um ciclo. Ou não - algumas pessoas dão sorte. O jeito é não pensar sobre isso.

Continue. Respire a música, deixe que ela exista em seus momentos mais escuros em forma de luz. Mantenha a cabeça erguida, custe o que custar. Cada passo, um compasso. Ouve o som e vem dançar comigo. Dois pra lá, dois pra cá...





Beijos e bom final de semana :)