Cubra-me com suas verdades e diga que acasos não existem, que estamos aqui pela simples culpa do contratempo que nos prende. Ou seria encontra-tempo? Nos encontramos na hora exata e não nos perderemos. Isso é fato.
Somos a pausa entre duas notas que brigam para se juntar. Um pequeno espaço de silêncio que diz tudo o que quer dizer sem necessidade de palavras ou sons e, mesmo assim, gritamos pelo prazer de ouvir um ruído qualquer. Você é quem quer ser e eu sou quem acredito ser. Você quer ser minha sina e eu acredito ser a sua. Então, fatalmente, somos.
Quantas voltas os ponteiros deram até agora? Me distraí e parei de contar, parece que o tempo parou. Ou correu? Não sei dizer, não quero saber. Gosto das duas opções igualmente. O tempo que para, por melhor que seja, torna-se enjoativo por que sempre esperaremos momentos melhores e ainda mais intensos. O tempo que voa deixa saudade, junto com uma vontade de que tudo volte e permaneça do jeito que era para sempre. É, o tempo em si é uma contradição. Como todas as outras coisas.
Hoje é o dia em que tudo pode acontecer. Você pode ser quem quiser. Eu sou um emaranhado de acordes e você, arranjo. Sou encanto e você me encanta. Eu sou de mim e você também – me rouba. Quero ser sua canção e, se quiser, podemos até inverter os papéis. Eu compositora e você, inspiração.