Abri a luz, acendi a porta, sentei no ventilador e liguei a cama. Dei corda no celular e verifiquei se haviam novas mensagens no relógio. Não haviam.
Resolvi sair dos meus poemas para escrever alguns devaneios, mas logo que sentei na paciência perdi a cadeira e antes mesmo de amassar, reli o papel. Mesmo no lixo joguei assim.
Tamborilei as pernas pela mesa e sacudi os dedos. Pensei pela janela e olhei: Porque a demora não toca? Que droga de telefone!
Levantei. Saí pela decisão e tomei uma porta, olhei as pessoas e cumprimentei alguns outdoors até ouvir a meia-noite bater um relógio. Voltei pra porta e abri a casa.
Diziam que eu era louca sozinha, só porque eu ria e meu contente era riso. Talvez eu estivesse brincando de sonhar com você.
Apaguei a porta e fechei a luz. Deitei naquela sua carta que recebi há muito tempo e reli pela milésima vez a cama. A uma só é verdade: Você ainda me ama.
- Onde tudo é incontestavelmente impossível e incoerente, menos a última frase, que é coerente, mas impossível ou possível, vai saber?
Mais uma entre tantas idéias loucas...
"(...)Há sempre o momento de pedir ajuda, de se abrir, de tentar sair do buraco. Mas, antes, é imprescindível passar por uma certa reclusão. Fechar-se em si, reconhecer a dor e aprender com ela. Enfrentá-la sem atuações. Deixar ela escapar pelo nariz, pelos olhos, deixar ela vazar pelo corpo todo, sem pudores. Assim como protegemos nossa felicidade, temos também que proteger nossa infelicidade. Não há nada mais desgastante do que uma alegria forçada. Se você está infeliz, recolha-se, não suba ao palco. Disfarçar a dor é dor ainda maior."
(Martha Medeiros, né? ♥)
Um comentário:
você escreve demais.. aliás, você é muito foda, menina. :]
beijos
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