domingo, 19 de setembro de 2010

- Verdades inexistentes, lembranças e uma mentira só.

Já que não existem verdades, aceito suas mentiras. Ou pelo menos, finjo que elas me convencem. Mas só hoje, tá? Aqui e agora. Futuro não há.
Lembra o quanto nós rimos da mulher de vestido laranja que caiu na nossa frente no dia de Natal? Lembra do brigadeiro - que queimou claro. Cozinhar nunca foi sua melhor qualidade - que você fez pra mim, no mesmo dia em que amassou sem querer uma das cartas de copas do meu baralho favorito? Lembra da rosa cor-de-rosa roubada? Lembra de você cantando quando o salão fez silêncio sem querer? Lembra quanto tempo eu fiquei rindo da sua cara depois disso? Lembra? Ah, se você soubesse metade do que eu lembro...
Sabe quantas vezes eu tive que te esquecer? Você não precisou voltar para que eu lembrasse do seu sorriso. Ou da sua voz. Depois de muito tempo, aprendi a detonar qualquer tipo de lembrança que me viesse na cabeça ou no coração. Acho que aprendi a te esquecer, isso tudo é só uma recaída. Ou saudade? Não sei e não me importa: de qualquer forma você não voltará e eu também não.
Lembra das promessas que te fiz? Não quebrei nenhuma e só quebrarei se você também o fizer (não que já não tenha feito, né? Mas tudo bem. Como eu disse, aprendi a te esquecer e fatalmente, esqueço muita coisa que você faz). Infelizmente, como em tudo, há o outro lado da moeda: o tempo não cura só o que é bom. As mágoas também ficam para trás. Jamais me lembrarei de outra coisa.
E por falar em tempo, o mesmo está correndo contra mim e eu contra ele. Acho que vamos nos chocar. Te encontrei ou me perdi? Não sei que diferença faz se amanhã, quando eu acordar, já te esqueci...




" Será que fomos apressados ou foi o tempo que parou? Será que estamos parados, congelados no espaço? "

Um comentário:

V@J disse...
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