segunda-feira, 29 de novembro de 2010

- o tamanho do amor


Ama-se pelo o que o amor tem de imensurável. Pela forma em que o sorriso nasce, não pelo motivo. Pelo brilho dos olhos, não pelos olhos claros.
Ama-se pelo o que há de indefinível. O jeito que aquele relógio brilha no pulso dele e o quanto aqueles ponteiros voam quando ele está com você. A maneira que ela mexe nos cabelos quando fica brava e mesmo assim lhe dá um abraço caloroso quando chega em casa.
Ama-se o que não há. As fotos que ela nunca tirou com você, mas que vocês fotografaram com a mente: o momento que durou pra sempre. As surpresas que ele nunca soube fazer direito, mas soube te surpreender todos os dias. Quase a todo instante.
Ama-se com a alma, até mesmo com a única gota de esperança que lhe resta, porque amar é acreditar. Não se ama pela metade. Não se ama por tamanho. Porque amor é pra ser assim, simples e sem medida.




http://www.youtube.com/watch?v=AnASBIYbrDQ





Voltei.

sábado, 27 de novembro de 2010

- um dia no Raul Gil...

- Is this a dream? If it is, please don't wake me from this high...



Será que aquilo era loucura? Eu ouvi alguém chamar meu nome. Respirei fundo e subi no palco. Encarei a platéia e as câmeras me encaravam de volta. Sorri para aqueles rostos felizes, mas meu olhar denunciava toda a tensão que eu sentia.
Quem foi que acendeu as luzes e porque todas elas estão iluminando a mim? Comecei a cantar, é só o que sei. Todas as mãos do auditório seguiam o ritmo da música, e eu? Eu sentia. No espaço entre um verso e outro, vinha um sorriso ou um arrepio. Não pensei na letra, apenas senti o que aquela harmonia me dizia. Meu grito interno tornou-se externo e todo mundo percebeu. Eu não era apenas uma garota com o violão: era uma mulher corajosa dizendo tudo o que tinha a dizer na frente de várias pessoas e das câmeras, correndo um grande risco de ouvir poucas e boas por isso.
Sempre gostei de sentimentos explosivos. E naquela hora eu explodia em alegria. Eu tinha muito a dizer, tudo permaneceu. O que ouvi, permanece. A chuva daquela tarde, os momentos, as risadas e os novos amigos permanecem. Tudo permanece. E o que sou permanece em mim.








O que passou, já foi. Já era. O que não foi, ainda será...




Linger.







Devinitivamente um dos melhores dias da minha vida. Sem mais.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

- ilusão de bolso


Guardei uma ilusão no bolso, para que eu pudesse levar em todos os lugares e assim o fiz. Ela era como se fosse um bichinho de estimação, que eu cuidava e alimentava todos os dias. Assim, ela foi crescendo, crescendo, até ficar maior do que eu, que agora consigo vê-la bem na minha frente, encarando meus olhos e sorrindo pra mim. Retribuo o sorriso, mas meus olhos estão cansados e ela sabe porque.
A Ilusão não é e nem foi uma boa garota. Eu nunca fui tão maltratada assim, sem perceber. Ela pulou no sofá, quebrou os cristais, berrou e me venceu pelo cansaço.
Hoje, quando ela voltar pra casa, a porta estará trancada e eu com os fones no ouvido, para quando a campainha tocar, eu não precise parar tudo o que estou fazendo apenas para atendê-la.
*Doa-se uma ilusão até amanhã. Caso contrário, ela será jogada no lixo.*
Chega! Sem mais ilusões.




Não é definitivo, mas por enquanto, estou fechando o blog. Não sei quando volto, mas deixo a promessa de que voltarei. ;)







It's hard to say it, it's time to say it...

terça-feira, 2 de novembro de 2010

- Nossos segredos...


Mais do que tudo nesse mundo, eu queria ter pelo menos a coragem de dizer o seu nome. Parece fácil, não? Queria que você soubesse – ou entendesse – o quanto não é. Você é o meu inferno e, incompreensivelmente, eu preciso de você.
Se eu cantar com a minha alma (que grita), será que você escuta? Canto por você e cantarei.
Por mais inacreditável que isso pareça, eu gosto de lhe escrever. Ainda que isso seja apenas uma aventura, ou mais uma das minhas tantas inconseqüências que ninguém nunca vê. Minha inconseqüência não está no que digo: está no que faço sem ninguém perceber. Quando sou descoberta já fui embora, já mudei. Mudarei se você também mudar.
Nossos segredos serão sempre nossos segredos, embora já tenham sido ironicamente desvendados por Djavan, teu olhar não me diz exato quem tu és, Adriana Calcanhotto, nem mil alto-falantes vão poder falar por mim, Nando Reis, que a vida é mesmo coisa muito frágil, uma bobagem, uma irrelevância diante da eternidade do amor de quem se ama, e Fernanda Abreu – toda cidade é paisagem pro nosso amor.
É, hoje eu queria que você estivesse aqui, e o resto do mundo poderia simplesmente desaparecer. Será que você volta? Tudo à minha volta é triste.
Que dia é hoje? Que horas são? Meu Deus! Pare. Já é tarde demais, tenho a vida toda pra cantar pra você. Será que você ouve? Mas eu lhe digo agora que tu vais, se é amor, amor verás e de um amor viverás.







Mas se quer saber se eu quero outra vida...