quinta-feira, 8 de abril de 2010

Lendo e escrevendo o amor


Para escrever sobre um assunto, você precisa dominá-lo perfeitamente. Se for um texto sobre política, é preciso entender o que é corrupção. Se for sobre futebol, é necessário saber qual o significado do cartão vermelho e amarelo e também que um time é composto por onze jogadores.

As regras não são de fato totalmente dispensáveis. Algumas vezes temos que cumpri-las.

E para escrever sobre o amor? Bom, para isso não há regras - você sente e escreve. Mesmo que você mande uma mensagem no celular de alguém só pra dizer que está com saudade, isso é escrever sobre o amor. Eu faço isso o tempo inteiro, e acabo apagando...

Dessa vez será diferente. Não apagarei uma letra sequer.

Não é preciso entender o amor para escrever ou ler sobre ele, é incompreensível. Fato. Quem o criou, também criou a confusão e os casos insolúveis. A única coisa que sabemos sobre ele é que é contraditório, afinal, também não é preciso ler ou escrever sobre o amor para entendê-lo. Basta uma troca de olhares, um sorriso, ou até mesmo algumas palavras.

Dizem que ao ler um texto é “obrigatório” pesquisar o significado das palavras desconhecidas, para que tenhamos um léxico ampliado. Faz sentido.

Mas e para ler um texto de amor? O que é preciso? Sensibilidade. O poder de entender as entrelinhas.

Vivo escrevendo partes de músicas que gosto em algum lugar, mas nem sempre o que quero dizer está exatamente ali, às vezes está na continuação. E você é uma continuação, é sempre a você que tenho algo a dizer. Mesmo que eu seja redundante ou clichê, como seria se dissesse que esse tempo todo só amei você.

Eu sei, eu disse que iria embora. Menti. Nunca irei. Sou composta por urgências e a maior delas é te encontrar. Sei que não deveria dizer isso, mas agora já foi. Prometi que não apagaria nem uma letra e eu não quebro promessas. Quebro apenas a promessa de não contar meus próprios segredos e estou prestes a contar mais um deles.

Leio e escrevo o amor o tempo todo pensando em você. O que seria de mim sem suas (poucas) palavras? Não seria.

Minhas entrelinhas são realmente entrelinhas apenas para os olhos de fora. Não citei nomes, mas sei pra quem escrevo e você sabe que isso é seu.

Conheço bem esse seu jeito de falar comigo e você sabe que tudo o que você me escreve faz parte do meu ramo favorito da literatura. Entendo suas palavras e nunca precisei sequer de um dicionário.








Olho a cidade ao redor e nada me interessa. Eu finjo ter calma, a solidão me apressa.

(...)

Eu vou contar pra todo mundo, eu vou pichar sua rua, vou bater na sua porta de noite... ♫

Um comentário:

MikeJr disse...

You are writing again about love, how can I not love this post.