domingo, 20 de setembro de 2009


Abriu os olhos e no exato segundo em que o fizera, nenhum pensamento invadiu sua mente. Como gostava daquela calmaria instantânea...
E logo a vida batia com força na porta do quarto, forçando-a a se levantar. Não importava em quantos batimentos por minuto estava seu coração, não importava se ela tinha sentimentos ou não. A vida lhe chamava e ela insistia sempre em ir correndo dar bom dia à palavra amor.
- Bom dia, sol. Bom dia, pássaros. Bom dia. Bom dia, mundo!
A resposta não viera, e o dia continuou. Foi quando um carro buzinou que ela se deu conta de que estava parada no meio da rua, perdida em seus pensamentos diante de milhares de olhares curiosos.
Pensava em tanta coisa, mas naquele momento estava pensando no vento. Estranho, incomum até, mas era verdade.
Será que se sussurrasse seus sentimentos, o vento levaria ao destino certo ou as palavras se perderiam?
Havia se perdido de novo em seus devaneios. E de repente, alí estava. De todos os lugares possíveis e imagináveis, logo ali. Vestia um jeans claro, desbotado, um tênis daqueles rasgados e uma blusa simples, toda surrada. Não tinha um rosto de modelo, não tinha nada incomum, mas era o rosto que ela queria ver todos os dias ao acordar.
Seus olhos se encontraram. E se tornaram prisioneiros um do outro. Se naquele momento amar fosse pecado, aceitariam a sentença.
Foi quando abriram seus sorrisos mais sinceros que os corações dispararam. Começaram a andar na mesma direção e quando estavam quase perto, ela caiu e derrubou tudo o que segurava. Porque essas coisas só aconteciam com ela? E logo sentiu uma mão quente encostar na sua, ajudando-a ficar de pé. Abriu a boca pra falar, mas fechou quase instantâneamente. Não conseguiria.
- Você está bem? - como aquela voz era linda. E nem ao menos a conhecia...
- Estou. - tornara-se monossilábica.
- Não vou perguntar seu nome, garota desastrada. Não vou perguntar se você é daqui, aonde você mora, muito menos seu telefone. Não que eu não esteja doente para saber, mas algo me diz que nos reencontraremos. - e sorriu. Um sorriso torto, encantador, que ela logo percebeu que seria seu preferido.
- Como tem tanta certeza disso?
- Apenas tenho.
Se encararam por quase 10 segundos.
- Preciso voltar pra casa, mas preciso saber de uma coisa antes. Onde foi que você esteve esse tempo todo?
- Perdida...sabe como é, nos meus pensamentos.
- Foi bom. - sorriu novamente - Foi bom ter te encontrado. - e caminhou na direção oposta.
E ela voltou pra casa encantada, dessa vez pensando naquele sorriso, naquela voz...
Aquela noite ela sonhou e ao abrir os olhos, respirou fundo e disse:
- Bom dia pra você também, sol. Bom dia pra vocês também, pássaros. Bom dia. Bom dia pra você também, mundo.



...



Mesmo que tenha ficado idiota, foi a cena que me veio na cabeça...
Ese tudo isso fosse um filme, na hora em que os olhos se encontraram, a música seria:

Exatamente em 2:39.
Estou completamente apaixonada por essa música. Escrevi ouvindo ela...e passei o dia todo ouvindo também, haha



Quem me dá sossego
Também tira meu sossego
Quem tem meu tempo
Também invade o meu sono
Quem vê meus medos
Sabe que eu nasci cedo
E quem têm minha verdade
Sabe que na verdade eu queria estar com você
Você estando bem
Está tudo bem


É. É perfeita. Principalmente essa parte...






Quem tem minha verdade sabe....
;)

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