sexta-feira, 2 de outubro de 2009


Todas aquelas luzes coloridas pareciam dançar em um ritmo irrevogavelmente perfeito dando vida àquele imenso lugar. Homens e mulheres, todos com um sorriso no rosto. Não sei se eram sinceros, mas pelo menos me pareceram felizes. Tudo seguia uma harmonia, exceto por aquela garota sentada na última cadeira contemplando com um ar sereno apenas o nada. Talvez fosse a pessoa mais bonita que estivesse alí naquela noite. Vestia uma camiseta branca simples, uma calça jeans surrada e um All Star impecável. Seu cabelo estava todo bagunçado e tinha nos olhos, estampada sua solidão. É claro que como todo mundo, tinha amigos, mas aquela noite tudo estava diferente. Seus amigos não puderam estar alí e ela sentia saudade.- Ah, a saudade! Um sentimento muito interessante, pra ser sincera. Dizem que às vezes é bom sentir, ou deixar que as pessoas sintam. Particularmente, eu discordo. Acho que deveria ser tão abominável quanto o preconceito. Acho que deveria ser fácil de controlar, assim poderíamos sentir algo suportável, ou poderiamos apenas não sentir. - Mas com toda certeza, incontrolávelmente, a garota sentia. Saudade dos amigos, das pessoas que tiveram que ir embora e também, do seu amor. Muitas coisas haviam acontecido e sua cabeça girava. Era incapaz de entender. Porque tinha que doer tanto? Será que estava crescendo e aprendendo a deixar, com um sorriso no rosto, que a vida lhe batesse com força na cara? Se fosse isso, não queria crescer, mas pelo jeito, não havia escolha.
Nos últimos dias aprendera muito sobre as pessoas e mesmo assim, sua ingenuidade permanecia intacta. Soubera o verdadeiro significado da palavra saudade, mas agora que estava decididamente mergulhada em solidão, já não sabia mais se a saudade estava matando ou se estava morrendo...










Quando eu soltar a minha voz por favor, entenda. É apenas o meu jeito de viver o que é amar...



Bisous.

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